sábado, 23 de setembro de 2017

O ACIDENTE COM O CÉSIO 137: 30 ANOS PARA REFLETIR

No dia 13 de setembro de 1987, em Goiânia, capital do Estado de Goiás, teve início o que viria a ser o maior acidente radiológico do mundo.

Decorridos 30 anos do fato, a realidade do passado, contudo, se mostra muito presente. A realidade das famílias das vítimas fatais, a realidade das vítimas que ainda hoje reclamam por assistência, a realidade do preconceito ainda existente.

Que esses 30 anos sejam de reflexão e observação em torno de todos os aspectos relacionados com o terrível acidente. Esses 30 anos não podem apagar a necessidade da vigilância para que outro episódio como esse jamais ocorra, também não apaga a obrigação do Poder Público de cuidar das pessoas. O acidente com o Césio 137 não pode ser esquecido, e muito menos as suas vítimas.

Neste trabalho trouxemos a tona imagens fotográficas, atuais, dos principais locais que tiveram alguma relação com o acidente. Julgo que esta seja uma pequena contribuição para que o fato não seja esquecido. O nosso objetivo é mostrar como estão estes lugares hoje, 30 anos após o acidente radioativo. Alguns daqueles locais não guardam mais as mesmas características da época, outros, porém, não escondem a tragédia. 
Autoridades garantem que, hoje, os locais não trazem qualquer risco radiológico, pois foram eficazmente descontaminados.


Foto: Edson Barbosa
CENTRO DE CONVENÇÕES DE GOIÂNIA. Em, 13/09/1987 o objeto de ferro e chumbo que continha o material radioativo Césio 137, foi encontrado por catadores de recicláveis nas ruínas de uma clínica de radiologia no qual o objeto encontrava-se abandonado. Na área foi construído o Centro de Convenções de Goiânia.



Foto: Edson Barbosa
LOTE DA RUA 57, SETOR CENTRAL. Existia no local a casa de um dos catadores de recicláveis para onde foi levado o objeto contendo o Césio 137, havendo a violação do encapsulamento. O imóvel  foi demolido e seus resíduos foram levados para o depósito de rejeitos radioativos. O lote encontra-se concretado até hoje.




Foto: Edson Barbosa

Grafite existente na parede dos fundos do Lote da Rua 57, fazendo referência ao acidente e com a expressão “30 ANOS SEM LEIDE DAS NEVES”.



Foto: Edson Barbosa

LOTE DA RUA 26-A, SETOR AEROPORTO. No local existia um ferro-velho onde o objeto contendo o material radioativo Césio 137 foi aberto, havendo manipulação e distribuição da fonte radioativa.  O local foi considerado como sendo o principal ponto de partida da contaminação. O lote encontra-se concretado.



Foto: Edson Barbosa
ESTÁDIO OLÍMPICO DE GOIÂNIA.  Nesse local travou-se grande batalha contra o acidente. Funcionou como um centro de operações para descontaminação de pessoas e objetos; no local também era feita a triagem das pessoas contaminadas para encaminhamento aos serviços médicos.




Foto: Edson Barbosa

O Estádio Olímpico depois de restaurado foi reinaugurado em agosto de 2016, sendo hoje uma referência em esportes no Centro Oeste.

  


Foto: Edson Barbosa

HOSPITAL DE DOENÇAS TROPICAIS DE GOIÂNIA. Serviço médico para onde foram encaminhados alguns dos acidentados com o Césio 137.



Foto: Edson Barbosa
HOSPITAL ALBERTO RASSI. Antes denominado HGG, hospital onde várias vítimas do acidente receberam tratamento médico.




Foto: Edson Barbosa
SEPULTURAS DE VÍTIMAS DO ACIDENTE RADIOLÓGICO. Sepulturas de 4 das vítima fatais do acidente radioativo de Goiânia com o Césio 137. Leide das Neves, Israel Batista, Maria Gabriela e Admilson Alves estão sepultados no Cemitério Parque, em Goiânia. 



Foto: Edson Barbosa
As vítima faleceram no Rio de Janeiro, em hospitais especializados, em outubro de 1987. Os caixões foram revestidos de chumbo e concreto, pois os corpos dessas vítimas possuíam altos níveis de radiação. Devido ao preconceito, na época, houve protestos para que os corpos não fossem sepultados naquele local.



Foto: Edson Barbosa

 CENTRO DE ASSISTÊNCIA AOS RADIOACIDENTADOS. Entidade destinada a dar assistência às vítimas do acidente radiológico, as quais até hoje necessitam de cuidados médicos, mesmo depois de descontaminadas da radioatividade.


Foto: Edson Barbosa
 CENTRO REGIONAL DE CIÊNCIAS NUCLEARES DO CENTRO OESTE - CRCN-CO. Ligado ao Conselho Nacional de Energia Nuclear - CNEN,  foi criado em 1997 com o objetivo de abrigar e monitorar os depósitos definitivos dos rejeitos radioativos. Localizado em área de preservação ambiental no município de Abadia de Goiás - GO, a 20 km do centro de Goiânia.




Foto: Edson Barbosa
Maquete do Depósito de Rejeitos Radioativos exibida no CRCN-CO.




Foto: Edson Barbosa
Aparelho de uso doméstico descontaminado exibido no CRCN-CO.


Foto: Edson Barbosa
Aparelho de medição de radiação utilizado na epóca do acidente radiológico, exibido no CRCN-CO.



Foto: Edson Barbosa

DEPÓSITOS DE REJEITOS RADIOATIVOS. Os materiais contaminados pelo Césio 137 e depositados no local, são, pertences pessoais das vítimas, móveis e eletrodomésticos, todos os materiais de dois ferros-velho, materiais de demolição de imóveis, arvores que foram cortadas, animais domésticos sacrificados, pavimentos de ruas retirados das fontes contaminadas, entre outros.




Foto: Edson Barbosa

 Para abrigar os rejeitos radioativos do acidente foram construídos dois depósitos definitivos, em concreto armado, em forma de grandes caixas hermeticamente fechadas.

Foto: Edson Barbosa
Internamente, as embalagens de rejeitos são acondicionadas previamente em contêineres de aço e concreto. Os depósitos são monitorados constantemente para verificação dos níveis de radiação.

Foto: Edson Barbosa



































Torre de observação localizada em frente aos depósitos de rejeitos radioativos. 








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