No dia 13 de setembro de 1987, em
Goiânia, capital do Estado de Goiás, teve início o que viria a ser o maior
acidente radiológico do mundo.
Decorridos 30 anos do fato, a
realidade do passado, contudo, se mostra muito presente. A realidade das famílias
das vítimas fatais, a realidade das vítimas que ainda hoje reclamam por
assistência, a realidade do preconceito ainda existente.
Que esses 30 anos sejam de
reflexão e observação em torno de todos os aspectos relacionados com o terrível
acidente. Esses 30 anos não podem apagar a necessidade da vigilância para que
outro episódio como esse jamais ocorra, também não apaga a obrigação do Poder
Público de cuidar das pessoas. O acidente com o Césio 137 não pode ser
esquecido, e muito menos as suas vítimas.
Neste trabalho trouxemos a tona
imagens fotográficas, atuais, dos principais locais que tiveram alguma relação
com o acidente. Julgo que esta seja uma pequena contribuição para que o fato
não seja esquecido. O nosso objetivo é mostrar como estão estes lugares hoje,
30 anos após o acidente radioativo. Alguns daqueles locais não guardam mais as
mesmas características da época, outros, porém, não escondem a tragédia.
Autoridades garantem que, hoje, os
locais não trazem qualquer risco radiológico, pois foram eficazmente descontaminados.
Foto: Edson Barbosa |
Foto: Edson Barbosa |
Foto: Edson Barbosa |
Grafite existente na parede dos fundos do Lote da Rua 57,
fazendo referência ao acidente e com a expressão “30 ANOS SEM LEIDE DAS NEVES”.
Foto: Edson Barbosa |
LOTE DA RUA 26-A, SETOR AEROPORTO. No local existia um ferro-velho onde o objeto
contendo o material radioativo Césio 137 foi aberto, havendo manipulação e
distribuição da fonte radioativa. O
local foi considerado como sendo o principal ponto de partida da contaminação.
O lote encontra-se concretado.
Foto: Edson Barbosa |
ESTÁDIO OLÍMPICO DE GOIÂNIA. Nesse local travou-se grande batalha contra o
acidente. Funcionou como um centro de operações para descontaminação de pessoas e
objetos; no local também era feita a triagem das pessoas contaminadas para
encaminhamento aos serviços médicos.
Foto: Edson Barbosa |
O
Estádio Olímpico depois de restaurado foi reinaugurado em agosto de 2016, sendo
hoje uma referência em esportes no Centro Oeste.
HOSPITAL
DE DOENÇAS TROPICAIS DE GOIÂNIA. Serviço médico para onde foram encaminhados
alguns dos acidentados com o Césio 137.
Foto: Edson Barbosa |
HOSPITAL ALBERTO RASSI. Antes denominado HGG,
hospital onde várias vítimas do acidente receberam tratamento médico.
Foto: Edson Barbosa |
SEPULTURAS DE VÍTIMAS DO ACIDENTE RADIOLÓGICO. Sepulturas
de 4 das vítima fatais do acidente radioativo de Goiânia com o Césio 137. Leide
das Neves, Israel Batista, Maria Gabriela e Admilson Alves estão sepultados no
Cemitério Parque, em Goiânia.
Foto: Edson Barbosa |
As vítima faleceram no Rio de Janeiro, em
hospitais especializados, em outubro de 1987. Os caixões foram revestidos de
chumbo e concreto, pois os corpos dessas vítimas possuíam altos níveis de
radiação. Devido ao preconceito, na época, houve protestos para que os corpos
não fossem sepultados naquele local.
Foto: Edson Barbosa |
CENTRO DE ASSISTÊNCIA AOS RADIOACIDENTADOS. Entidade destinada a dar assistência às vítimas do acidente radiológico, as quais até hoje necessitam de cuidados médicos, mesmo depois de descontaminadas da radioatividade.
Foto: Edson Barbosa |
CENTRO REGIONAL DE CIÊNCIAS NUCLEARES DO
CENTRO OESTE - CRCN-CO. Ligado ao Conselho Nacional de Energia Nuclear -
CNEN, foi criado em 1997 com o objetivo
de abrigar e monitorar os depósitos definitivos dos rejeitos radioativos. Localizado
em área de preservação ambiental no município de Abadia de Goiás - GO, a 20 km
do centro de Goiânia.
Foto: Edson Barbosa |
Maquete
do Depósito de Rejeitos Radioativos exibida no CRCN-CO.
Foto: Edson Barbosa |
Aparelho
de uso doméstico descontaminado exibido no CRCN-CO.
Foto: Edson Barbosa |
Aparelho de medição de radiação utilizado na
epóca do acidente radiológico, exibido no CRCN-CO.
Foto: Edson Barbosa |
DEPÓSITOS DE REJEITOS RADIOATIVOS. Os materiais contaminados pelo Césio 137 e depositados no local, são,
pertences pessoais das vítimas, móveis e eletrodomésticos, todos os materiais
de dois ferros-velho, materiais de demolição de imóveis, arvores que foram
cortadas, animais domésticos sacrificados, pavimentos de ruas retirados das
fontes contaminadas, entre outros.
Foto: Edson Barbosa |
Para
abrigar os rejeitos radioativos do acidente foram construídos dois depósitos
definitivos, em concreto armado, em forma de grandes caixas hermeticamente
fechadas.
Foto: Edson Barbosa |
Internamente,
as embalagens de rejeitos são acondicionadas previamente em contêineres de aço
e concreto. Os depósitos são monitorados constantemente para verificação dos
níveis de radiação.
Foto: Edson Barbosa |
Torre de observação localizada em frente aos
depósitos de rejeitos radioativos.